Como devemos ensinar nossos alunos nas escolas, universidades e igrejas? Com tantos métodos de ensino hoje, materiais e conhecimentos, qual deve ser o método de ensino mais correto, ou mais próximo para que o aluno realmente “aprenda”. Se Jesus influencia tanto nossas vidas ainda hoje, como ele ensinou para que ficasse marcado ainda nesse milênio em nossas vidas?
A meta do mestre popular no tempo de Jesus não era transmitir informações, mas operar uma mudança significativa na vida de seus ouvintes.
Nos dias de hoje os estudantes geralmente se imaginam como recipientes dotados de um espaço puramente passivo que deve ser preenchido com as informações que o professor possui e deseja transmitir – como diz Dallas Willard, o modelo “da jarra para a caneca”. O professor deve preencher os vazios do recipiente como uma “verdade” que pode ou não mais tarde fazer alguma diferença na vida do aluno. O professor precisa “introduzir” nos alunos informações. Depois testamos esses alunos passivos para ver se eles “aprenderam”, verificando se conseguem reproduzir as informações via linguagem em vez de observar como vivem.
A relação mestre/discípulo era de fato tão diferente no tempo de Jesus que mal conseguimos retratá-la hoje. Escrever não era muito comum, mas também não era meio viável de registrar o que o mestre dizia. Além disso, a mera “informação”, como hoje a conhecemos, não era valorizada. Querer meramente “saber coisas” como geralmente fazemos hoje no ensino médio e na faculdade seria risível. O saber pelo saber não fazia sucesso na época. O professor nos tempos de Jesus ensinava de modo a influenciar a vida do aluno, deixando uma impressão duradoura sem o artifício de anotações, gravadores ou mesmo memorização. Qualquer coisa que não deixasse tal impressão simplesmente não servia.
“Lembramo-nos automaticamente daquilo que realmente marca a nossa vida”. O segredo do grande professor é falar palavras, propiciar experiências, que influenciem ativamente a vida do aluno. É isso que Jesus fazia quando ensinava. Ele ligava os seus ensinamentos a acontecimentos concretos que compunham a vida dos ouvintes. Ele dirigia as suas palavras aos corações e aos hábitos cotidianos das pessoas.
Jesus ensina de modo contextualizado e concreto, partindo do ambiente circundante ou acontecimentos da vida comum. Como parábolas, suas belas histórias nos ajudam a compreender algo difícil comparando-o com alguma coisa que conhecemos bem, sendo sempre alguma coisa concreta e específica. Jesus pregou também sobre como ensinar. Mostrando aos outros a presença do reino nos detalhes concretos da vida que partilhamos, influenciamos as vidas e os corações daqueles que ouvem, não apenas os seus pensamentos. E eles não precisarão anotar nada para registrar a mensagem.
Enfim, mesmo que lecionamos matérias e disciplinas objetivas e obrigatórias seguindo um conteúdo programático, nosso dever é fazer do conteúdo parte da vida do aluno, algo que ele possa levar como experiência de vida, questionar, mudar suas “verdades” ou até comportamentos e ser uma pessoa melhor, mais consciente de sua responsabilidade como o mundo, com o próximo, com sua vocação e com os princípios e oportunidades que Deus lhes deu.
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