19 de out. de 2009

Texto 3: Impotência

Saída da faculdade de carro, com chuva para todos os lados. Já com pontos de alagamento, pego a Marginal Pinheiros para minha casa. Com a velocidade diminuída devido à baixa visibilidade, guio meu carro pela faixa do meio, quando, de repente, uma imensa poça de água espirra água para todo meu para-brisa. Por dois segundos, fico em pânico, sem saber o que fazer, sem saber quem está a minha frente, se freio com medo do carro, ou acelero. Logo a adrenalina sobe dando aquele estímulo de alerta ao corpo e um grande frio na barriga. Mais uma vez me sinto impotente.
E ainda assim quero controlar meu mundo.
Por que lutamos muito em querer ter tudo sob nosso controle? Família, filhos, discussões, igrejas, emprego, dinheiro... E até Deus. Queremos manipular tudo conforme a nossa vontade, e nos esquecemos que somos impotentes, frágeis.
Por isso, devemos deixar de querer entender Deus em tudo, dominá-lo, ou achar que sabemos tudo Dele. Podemos saber muito de religião, mas isso não tem nada a ver com Deus. Ele está além, aliás, Ele nem está na religião. Deus só é Deus porque Ele não pode ser explicado, compreendido completamente, muito menos suas ações. Se não fosse assim, Ele não seria Deus; seria, sim, um ídolo, em que podemos manipulá-lo, controlá-lo. Ou então uma fada madrinha, que fazemos pedidos a Ele para nos atender, como criaturas mimadas. Isso é medíocre.
Deixemos Deus ser Deus e entendamos nossa posição como filhos, vulneráveis, impotentes, mas amados por Ele. Entreguemos as rédeas de nossa vida em Suas mãos.
Deus abençoe.

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