Talvez esse episódio que tive foi o momento de maior reflexão na minha vida. Os momento de dores nos levam a refletir, repensar, reaver condutas, objetivos e comportamentos. A visita ao vô de minha esposa, na UTI de um hospital público o ano passado me chocou profundamente. Escrevi sobre isso, e hesitei em divulgar, mas agora expresso o que senti.
Natal... Em vez de festa, visita ao hospital.
Nosso parente. Amputação de um membro.
O quarto do hospital, sem televisão.
Antes a dor, agora a exclusão.
Muitas enfermidades, algumas parecidas, mas os mesmos consolos.
Lá fora comemoração, no leito resignação.
Natal, para eles, um dia qualquer.
Sem ânimo para desejar boas festas... Sem motivos que lhes restam.
Uns voltarão para casa, outros irão para a UTI.
Uma pequena oração, poucas esperanças, mas o nome de Deus sempre em evidência.
Seja em pequenas frases, seja no coração, seja na imagem da parede, Deus de alguma forma é lembrado.
Uns serão curados, outros aleijados, e ainda outros que se encontrarão com o Senhor.
Todos somos iguais, vulneráveis, sem controle da situação. Jovens e velhos, todos iguais no sofrimento humano.
Ainda assim, podemos confiar em Deus.
Abrir mão do controle de nossas vidas.
Ser transformado em toda experiência.
Derrotados na vida, mas chegar à vitória ao fim dela.
A certeza de que virá o tempo de refrigério.
A esperança de um novo amanhecer sem dor.
Diante da imprevisibilidade da vida, doenças, perdas, amputações, cremos que Deus sussurra nosso nome para estarmos ao seu lado e confiarmos que tudo acabará bem.
Não é Ele o culpado ou responsável por tudo, mas Ele dá o veredito final, em justiça, paz e amor.
Confiemos nele e andemos com ele.
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